Movimento Riot Grrrl
No inicio dos anos 90, quando o movimento musical underground estava em alta e era dominado por homens, onde a carreira musical feminina era basicamente formada por vocalistas - e ainda assim eram mal vistas - surge o movimento Riot Grrrl, composto por meninas cheias de atitude e ideologia, que tentavam com suas musicas incentivar outras garotas a formar bandas com instrumentos pesados como baixo, bateria e guitarra. Alem de usar suas musicas pra alertar as mulheres sobre seus direitos.
Lá fora, onde o movimento se iniciou, bandas como Bikini Kill, Bratmobile e Babys In Toyland foram as grandes percursoras necessárias para a propagação.
Em seus shows, Kathleen Hanna, vocalista do Bikini Kill, "pedia gentilmente" que os rapazes fossem para os fundos do espaço e deixassem as garotas na frente onde estavam os melhores lugares. Nessa frente eram distribuídas folhas com as letras das musicas. Como uma certa forma de protesto, Kathleen costumava fazer os shows com palavras como Rape ou Slut (estupro e vagabunda) riscadas em seu corpo demostrando a aversão aos atos de violência sexual e aos comentários frequentemente machistas que determinavam as "garotas do rock" ou as mais "livres" como vagabundas. O habito de Kathleen de protestar com escrituras em seu corpo é imitado até hoje por bandas femininas.
Kathleen Hanna com a palavra SLUT escrita na barriga |
Kathleen Hanna (Bikini Kill) |
Aqui no Brasil, as percursoras do Riot Grrrl são as meninas do Dominatrix, a banda surgiu em 95 e está na ativa até hoje. Elas costumam promover debates sobre as causas femininas e direitos de minorias. Ainda no Brasil, a banda Suffragettes defende o vegetarianismo e a preservação ambiental alem do feminismo e outros assuntos.
Existem hoje, inclusive na cidade onde moro, bandas seguem nessa ideia, provando que as Riot Grrrls não morreram, como She Hoos Go (Pelotas), BadHoneys (POA) e Trash No Star (Rio de Janeiro)
BadHoneys |
Dominatrix |
She Hoos Go |
Uma ferramenta muito importante de propagação do Riot Grrrl além da musica, são os fanzines -abreviação de Fanatic magazine - que é basicamente um "jornal" impresso de baixo custo sem muita sofisticação que engloba temas geralmente como musica, poesia, feminismo, vegetarianismo, veganismo, cinema e historias em quadrinhos.
Então, se você nunca ouviu falar desse movimento ou mesmo de Bikini Kill, sugiro que baixe agora "rebel girl" e saia por ai cantarolando "rebel girl, rebel girl, rebel girl you're the queen of my world" e inspire-se para quem sabe, formar sua primeira banda só com garotas ;)
Aqui está o link de uma pagina no face do movimento: Riot Grrrl Brasil.
Texto retirado do blog: culturaliteraria.com
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