Ironia humana


“Enfim, aos homens vulgares, aos mais numerosos, aqueles que existem para servir, para serem úteis ao bem comum, e que só assim têm direito à existência, a religião proporciona um conformismo inestimável em face da sua situação e existência, uma múltipla paz do coração, um enobrecimento de sua obediência, além de uma felicidade e uma dor mais iguais às dos seus, e uma espécie de transfiguração e de embelezamento, uma espécie de justificação de toda a vida cotidiana, de toda a baixeza, de toda a pobreza quase animal da sua alma”. 
(NIETZSCHE)


“A ironia da civilização européia consiste em que tem uma coisa por verdadeira e pratica outra. Que adianta, por exemplo, a arte da leitura e o senso crítico, se a interpretação eclesiástica da Bíblia, tanto a protestante como a católica, é mantida antes como depois? Não se avalia suficientemente a barbárie das idéias em que nós, os europeus, vivemos ainda hoje. Ainda permitido crer em nossos dias que a "salvação da alma" depende de um livro!... E dizer-se que hoje ainda se acredita nisso!... Para que serve a educação científica, a crítica dos textos, a hermenêutica, se tal absurdo, como a explicação da Bíblia que mantêm a Igreja, não faz ainda corar de vergonha todos os rostos?” 
(NIETZSCHE)

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