A fotografia conta História


Os dois elementos principais desta fotografia, um marinheiro e uma enfermeira. Os embaixadores de todos os soldados e todas as enfermeiras que trabalharam durante a guerra. A enfermeira, que mais tarde foi identificada como Greta Zimmer Friedman e era na verdade uma assistente de dentista, disse, após muitos anos no anonimato, que não conhecia o soldado que a beijou naquele dia, apenas em 1980 conheceu Geroge Mendoza. Segundo Greta, o beijo “foi um ato de celebração” pelo fim da guerra, e depois do momento que o fotógrafo capturou, cada um seguiu o seu caminho.

 

Esta fotografia e a mulher, mãe, que nela aparece tornaram-se símbolos da Grande Depressão dos anos 30, na América. A fotógrafa Dorothea Lange captou a tristeza desta jovem mãe cansada, num acampamento provisório, enquanto esperava o marido e dois filhos que venderam os pneus do carro para comprar comida, e matar a fome de dias. A Biblioteca do Congresso descreve esta fotografia de Lange como “Indigentes colhedores de ervilhas na Califórnia. Mãe de sete filhos. Idade, trinta e dois. Nipomo, Califórnia.” A mãe migrante, Florence Owens Thompson, veio a falecer em 1983.
 

Diana Bryant, de 19 anos, e a sua afilhada Tiare Jones, de 2 anos, caem para a sua morte, depois de uma escada de incêndio colapsar. Um apartamento em Boston estava em chamas, e um bombeiro tinha ajudado a rapariga e a menina a subir para a escada. Diana morreu pouco depois do impacto, mas a bebé sobreviveu, amparada pelo corpo da jovem. Apenas 24 horas depois da publicação da fotografia, tomaram-se medidas para melhorar a segurança das escadas de incêndio das traseiras dos edifícios.
 

“Uma grande placa de “Vende-se” num jardim de Chicago grita silenciosamente a trágica história de Mr. e Mrs. Ray Chalifoux, que enfrentam o despejo do seu apartamento. Sem nenhum sítio para ir, o camionista desempregado e a sua mulher decidem vender os quatro filhos. Mrs. Lucille Chalifloux esconde a cara da câmara enquanto as crianças olham curiosamente. No degrau de cima estão Lana, 6, e Rae, 5. Abaixo estão Milton, 4, e Sue Ellen, 2.” Assim se lia na descrição desta fotografia marcante publicada no jornal Valparaiso Vidette-Messenger, em 1948. As crianças foram vendidas por dois dólares cada, e alguns dos irmãos foram obrigados a fazer trabalhos forçados pelas famílias adotivas. A mãe da fotografia, grávida à altura, vendeu o bebé recém nascido, e depois teve mais quatro filhos que criou.


Esta fotografia foi tirada no dia 13 de Abril de 1945, e retrata o momento de liberação, em que os judeus prisioneiros nos campos de concentração percebem que estão livres, e correm para as tropas americanas. A história começa uns dias antes: os Nazis queriam livrar-se dos prisioneiros e transportá-los para outros campos de concentração, ou até matá-los chocando o comboio de propósito. Com as Forças Aliadas a fechar o cerco, os oficiais nazis que seguiam no comboio fugiram e deixaram os prisioneiros judeus lá trancados. Felizmente, as tropas americanas chegaram a tempo e libertaram-nos. Esta fotografia poderia ser acerca da carnificina e do horror mas, em vez disso, tornou-se símbolo de esperança, do alívio e da felicidade destes que estavam destinados à morte.
 

Esta é provavelmente uma das imagens de astronomia mais conhecidas do mundo. A fotografia, tirada em Março de 1995 e chamada Pilares da Criação, mostra aglomerados de poeira e gás com tamanho interestelar na nebulosa da Águia, a cerca de 7 mil anos-luz da Terra. Esta belíssima imagem obtida pelo telescópio Hubble é uma junção de 32 imagens, tiradas por quatro câmaras diferentes. A cada elemento das nuvens foi atribuída uma cor: verde ao hidrogénio, vermelho ao enxofre e azul ao oxigénio. A parte da imagem que falta deve-se à ampliação de uma das quatro câmaras, e quando as imagens foram reduzidas em tamanho proporcional à das outras, ficou a faltar uma parte.
 

Esta fotografia marcante é considerada a fotografia que mudou a cara da SIDA, daí o seu nome. Nesta bela e triste imagem, um pai conforta o seu filho moribundo, David Kirby, em Ohio. David foi um ativista gay nos anos 80, que cortara relações com a família, e que, quando descobriu que tinha contraído HIV, voltou para a casa que o recebeu de braços abertos. O ativista de 32 anos queria morrer perto da família. A fotógrafa, então estudante, estava nesse dia a visitar um amigo que cuidava de David Kirby no Hospital. Munida da sua câmara, foi convidada pela família do rapaz a fotografar o último adeus daquele filho à família. Naquela altura, as pessoas infetadas com HIV eram ostracizadas e marginalizadas, submetidas a todo o tipo de preconceito e violência, abandonadas mesmo pelo governo. Therese Frare nunca aceitou dinheiro por esta fotografia, já que ela mostra a verdadeira cara das vítimas da SIDA.
 

Este momento é o momento exato da morte de Nguyễn Văn Lém, um combatente da Frente Nacional para a Libertação do Vietname. O fotógrafo Eddie Adams conseguiu ser tão rápido como o general Nguyễn Ngọc Loan, Chefe da Polícia Nacional da República do Vietname, e enquanto um apertou o gatilho, o outro apertou o obturador. Depois da execução, o general disse a um repórter: “Eles (Vietcongs) matam muitos de nós, e eu acho que Buddah me vai perdoar”. Esta fotografia é marcante, chocante até, porque se trata da morte de um humano, e o que a fotografia não contou é que Lém matara dezenas de civis desarmados nesse mesmo dia. Loan teve que refugiar-se nos EUA e até reformar-se antecipadamente pelo assédio que recebia. Eddie Adams, que ganhou um Pulitzer por esta fotografia, disse, à morte do general: “O general matou o Vietcong; eu matei o general com a minha câmara. As fotografias são a arma mais poderosa do mundo. As pessoas acreditam nelas, mas as fotografias mentem, mesmo sem manipulação. São apenas meias-verdades.”
 

Este bem que podia ser um beijo entre dois namorados, mas foi bem mais que isso. Esta fotografia marcante capturou o momento em que J. D. Thompson faz boca-a-boca ao seu colega Randall G. Champion, inconsciente depois de ter tocado numa linha de baixa voltagem. Os arneses impediram que Champion caísse, e permitiram a Thompson descer e aproximar-se do colega e fazer respiração boca-a-boca até voltar a sentir-lhe pulso. Depois, com Champion ainda inconsciente, Thompson desceu com ele ao ombro e fez-lhe reanimação cardiorrespiratória no chão, até que os paramédicos chegassem. Champion sobreviveu, e morreu em 2002 com 64 anos; Thompson ainda é vivo. O fotógrafo Rocco Morabito ganhou o Pulitzer de Reportagem Fotográfica em 1968.

Fonte e publicação original: National Geographic

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