A produção de conhecimento no Brasil não é valorizado, isso é de conhecimento geral, porém a valorização das ciêndias humanas e sociais, ou melhor, a desvalorização bate recordes. Digo isso baseada na desvalorização que a area recebe dos próprios pesquisadores. Sou formada em história/licenciatura, e hoje me caiu a ficha desse crime que cometo contra a minha própria area. Sempre, ao perguntarem o que faço, me refiro a minha graduação como se estivesse pedindo desculpas por ter feito tal mal a minha vida. Como se tivesse prevendo o que o outro pensa sobre a area de humanas, eu me desculpo, menosprezando minha conquista, minha area e todos os profissionais que nela atuam.
Ao entrar no pensamento comum que as ciências humanas e sociais são desinteressantes, eu contribuo para o esfarelamento do conhecimento por elas é produzido. E talvez que esteja ai uma questão importante.
O orgulho dessas ciências pelos seus cientistas é um passo de extrema importante para a abertura dos espaços. Não se vê um medico pedindo desculpas pela escolha de carreira que fez. Talvez as ciencias humanas e sociais devessem sair somente do campo academico e invadir a vida das pessoas, seus pesquisadores se posicionando, tomando seus lugares na sociedade como estudiosos dela e participarem dos debates de bar. Nos programas de pós graduação ser levado em consideração a relevancia social da pesquisa, ate onde ela pode chegar na população e beneficiá-la.
São apenas reflexos sobre o assunto. E a certeza que não pedirei mais desculpas pela minha profissão e pela minha ciência. Luto por uma academicia mais humana, mais aberta para todos, um lugar de conhecimento, onde ele é produzido e dali deve tomar a sociedade, estar no dia a dia dos cidadãos, numa construção de pessoas mais conscientes de si e o mundo do qual fazem parte, se usando das ciencias humanas e sociais para embasarem debates e reflexões, para que racismo, machismo, xenofobia e homofobia não sejam confundidos com opiniões.

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